Instituto Federal do Rio de Janeiro revoluciona a análise de obras de arte com tecnologia nacional

Recentemente, o NETV, da TV Globo Pernambuco, apresentou uma reportagem sobre um avanço significativo na análise de obras de arte no Brasil. O Instituto Federal do Rio de Janeiro, campus Paracambi, desenvolveu um equipamento inovador que está sendo utilizado no Museu da Abolição, no Recife (PE), para realizar a análise de algumas pinturas do seu acervo.

Anteriormente, o Brasil dependia da importação de equipamentos europeus para a análise de obras de arte, mas os pesquisadores do IFRJ estão mudando esse cenário. Eles desenvolveram um scanner revolucionário capaz de identificar o tipo de material utilizado em pinturas, contribuindo assim para o desenvolvimento de uma tecnologia nacional no campo da investigação artística.

Até o momento, mais de quarenta obras foram analisadas, abrangendo museus em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Santa Catarina e, agora, Pernambuco. O scanner, conhecido como Macro Mapeamento Elementar por Fluorescência de Raios X (MA-XRF), é capaz de fornecer dados precisos sobre o material das pinturas, auxiliando na conservação adequada das obras e contribuindo para a preservação do patrimônio artístico do país.

Segundo o professor Renato Freitas, do IFRJ, uma das características ​​do MA-XRF é a capacidade de obter imagens desenvolvidas dos elementos-chave presentes nos pigmentos usados ​​nas pinturas. Essa técnica permite identificar desistências ou pinturas subjacentes apresentadas pelo artista, além de diferenciar zonas de retoque das originais. Isso não apenas aprimora o processo de restauração, mas também se revela crucial na investigação da pintura, proporcionando uma compreensão mais profunda da história por trás de cada obra de arte.

A tecnologia foi contemplada no edital 109/2022, do projeto Empreendedorismo Inovador da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC). O desenvolvimento do MA-XRF destaca o comprometimento do Instituto Federal do Rio de Janeiro em contribuir para a inovação e promover a autonomia tecnológica brasileira no campo da arte e cultura. Essa conquista representa não apenas um salto na preservação do patrimônio artístico, mas também uma afirmação do potencial do Brasil na vanguarda da tecnologia aplicada às artes.

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